A relação entre Accountability e confiança no ambiente de trabalho

Qual a base da confiança? Certamente, essa reflexão pode abarcar um conjunto amplo de conceitos e nos remeter às mais distintas correntes da filosofia e do pensamento humano, mas, uma coisa salta aos olhos de modo mais evidente: a Accountability estará presente no conjunto de virtudes morais de pessoas em que podemos depositar confiança.

Quando nos remetemos aos ambientes de trabalho, há ou não há alguns fatores práticos que fazem parte da conduta de colegas e líderes nos quais podemos confiar? Estamos falando, por exemplo, de indivíduos que cumprem com sua palavra, que se responsabilizam por suas ações, são capazes de assumir demandas de modo proativo e entregar resultados.

Em outras palavras: confiamos em pessoas dotadas de Accountability, assumindo esse conceito enquanto a capacidade de atuarmos de forma responsável no mundo, entendendo os impactos de nossas ações e nos preocuparmos genuinamente com os outros, de modo que possamos buscar tanto o nosso desenvolvimento quanto a evolução daqueles que trabalham ou, em algum momento, dividem suas jornadas de vida conosco.

 

Algumas etapas para construir relações de confiança no ambiente corporativo

Mas, no âmbito corporativo, para que a Accountability se difunda e se fortaleça dentro da cultura de um negócio, há alguns elementos fundamentais que precisam ser observados.

Um deles é a questão da clareza e da assertividade – que vale para todos que desejam crescer no mercado, mas sobretudo para as lideranças responsáveis por guiar uma organização na direção do sucesso. E isso porque, sem um claro senso de propósito e uma consequente transparência nas relações, uma empresa perde o seu norte e fica, inclusive, mais exposta a desvios de conduta que, em tempos de ESG e crescimento dos investimentos em compliance, podem comprometer o legado de uma corporação.

Esse, aliás, é um desafio e tanto, uma vez que, segundo a pesquisa “Workplace Accountability Study”, 85% dos entrevistados afirmaram que não tem clareza sobre o que desejam alcançar as organizações onde atuam, fato que gera falta de alinhamento, foco e confiança.

Outro ponto importante é o estímulo a autonomia – tanto no sentido de que os colaboradores sejam reconhecidos por suas ações e aprendam a trabalhar com responsabilidade, entendendo os efeitos de seus atos sobre todo o ecossistema corporativo; quanto para que possam fortalecer relações em prol do desenvolvimento de projetos, sabendo a hora de assumir tarefas e para quem podem delegar ações com confiança na entrega de resultados.

Finalmente, o estudo contínuo de virtudes morais da Accountability – que podem, aliás, ser desenvolvidas de acordo com as especificidades de sua organização – é uma ação estratégica tão importante quanto a gestão das finanças ou do posicionamento de mercado de um negócio.

Afinal de contas, sem essa base ética e moral, todo o potencial de uma empresa tende a ruir dentro de um mercado no qual a transparência não é mais, tão somente, uma questão de escolha, mas um pré-requisito para atrair investimentos, talentos e consumidores.

O fato é que, sem Accountability, não há confiança, pois estamos falando de dois valores que se complementam e que favorecem a construção de culturas saudáveis, nas quais os resultados estão diretamente ligados a um senso de que, no fim das contas, todos nós somos “donos morais” das empresas e ambientes nos quais atuamos.

Débora Zonzini

Sócia fundadora, gestora de projetos e consultora especialista em Desenvolvimento de Pessoas e Mudanças, conduz e desenvolve as aulas dos cursos da Accountability Academy. Há mais de 25 anos inspirando empresários de todos os lugares do Brasil a alcançarem seu sucesso profissional com estratégias únicas, focando em transformação e cultura.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cadastre-se e receba nossos insights e conteúdos exclusivos.

Fale com a gente Fale com a gente