Em sua vida corporativa, certamente você já deve ter convivido com colegas ou mesmo líderes com dificuldades para assumir maiores níveis de responsabilidade sobre um desafio, problema ou demanda da empresa, não é mesmo?
É comum, aliás, que nós mesmos sigamos pela rota das desculpas – seja quando interrompemos nossas atividades e sofremos com a procrastinação; quando nos tornamos alheios ou buscamos caminhos que nos impedem de enfrentar um problema; e acabamos, por fim, encontrando nas desculpas um mecanismo para “aliviar a pressão” na qual, não raro, nos colocamos por conta própria.
Fato é que, em um mundo não tão binário, há muitas razões que justificam a entrada no processo da “Desculpability” e isso, naturalmente, se reflete em nosso dia a dia profissional.
“Eu não sabia dessa informação”; “Não recebi o contato do meu chefe”; “Isso não é minha responsabilidade”; “Esse processo sempre foi feito dessa forma”. Esses são apenas alguns dos exemplos clássicos das desculpas usadas no meio corporativo que refletem um modelo mental que se sustenta a partir de hábitos e costumes de nossa sociedade e sem que, muitas vezes, sejamos capazes de perceber quando agimos assim.
Com isso, uma série de comportamentos vão se estruturando na cultura de uma organização e eles incluem:
1- A falta de proatividade – quando o profissional não demonstra disposição para identificar problemas e propor soluções (ao invés de apenas se queixar);
2- Culpabilização do outro/do meio – a responsabilidade pelo descumprimento de prazos, as falhas em processos e a baixa performance nunca é do próprio indivíduo, mas do líder que não mandou o e-mail, do trânsito, do cliente, do colega, etc.;
3- Falta de empatia e de compromisso com o ecossistema de uma organização – a pessoa que está imersa nas desculpas, como vimos, nem sempre nota que seu baixo desempenho afeta toda a sua equipe, colegas e sua própria jornada profissional.
Mas não se engane: todos nós, em maior ou menor grau, carregamos conosco camadas de Desculpability que são difundidas por meio da cultura, de nossa formação e históricos de vida, e o objetivo deste artigo não é criar um modelo empresarial punitivista – que coíbe o erro a todo custo.
Na verdade, estruturas organizacionais que se pautam por essa filosofia tendem, não só, a bloquear processos criativos e a inovação, mas também a aumentar a lista de desculpas no negócio em virtude do “medo da punição”.
Não, a resposta para sair do círculo vicioso das desculpas está na introdução da Accountability na vida corporativa: que permite que lideranças e colaboradores não só reconheçam problemas, mas sejam capazes de superá-los e ir além do que se espera a partir de uma atitude proativa.
A Accountability oferece também o senso de dono moral para um indivíduo, que passa a atuar de modo responsável e com transparência, genuinamente atento com os impactos de suas ações sobre colegas, meio corporativo, stakeholders e clientes.
Só a partir da Accountability, é possível reconhecer quando estamos adotando desculpas como um mecanismo de fuga para nos ausentarmos do comprometimento com nossos objetivos, metas comuns e resultados que devemos entregar em uma empresa. Assim, gradativamente, o hábito da Desculpability é substituído pelas virtudes morais da Accountability até que elas se tornem novos modelos estruturantes de nossa consciência enquanto profissionais.
Essa é uma jornada que se constrói a cada dia e que deve ser aprimorada continuamente, de preferência com o auxílio de lideranças que transmitem feedbacks concomitantemente honestos e empáticos. De preferência, o ideal é que os líderes busquem formações na área de Accountability, de modo que sejam capazes de transmitir esses valores na organização em que atuam.
Na Accountability Academy, contamos com diferentes módulos e cursos que podem auxiliar você e sua equipe nessa busca. Com isso, as desculpas não serão mais pedras que se interpõem na rota dos objetivos de sua empresa e do desenvolvimento de seus colaboradores em prol da excelência.